quinta-feira, junho 30, 2011

Três.



"É, mas tenho ainda muita coisa pra arrumar,
promessas que me fiz e que ainda não cumpri.
Palavras me aguardam, tempo exato pra falar,
coisas minhas, talvez você nem queira ouvir."


Das outras tantas do fato de sermos mil em sermos um só...
Do medo de ser mais que duas, sendo muitas quando dá...
De ser uma pior que todas as outras. Só pra variar.

No fundo, tudo isso é uma bobagem. Eu ouvi, de você.
E é a verdade, afinal... é uma bobagem ser muitas.
Quero conseguir bancar uma(,) só(,) sendo milhares.

Quero ser a Nikole. Contendo todas as mulheres do mundo.
Tendo também todos os homens dentro de mim.
Quero ser a de dentro e a de fora, e a de ontem...
E a de sempre. Do lado a lado, da força, da guerra.

Acima de todas elas, quero ser a que não quebra.
Porque é macia. É a do amor. Feita de e para o amor.
Que essa, mais que todas as outras, é a que some...
E a que é feita pra acabar. É a de hoje, pra sempre.

Porque a de todo o tempo, é a dos estilhaços de estrelas,
do Chico, do cão, do leão. É a de toda poesia caída no chão...

sexta-feira, junho 24, 2011

uma maré de nós...



Enquanto você me procura, inconscientemente, pela casa,
te procuro, conscientemente, entre as minhas pernas...
e torço pra você me encontrar na maré das pernas,
como espero te encontrar no esticar dos meus abraços.

E eu já não canso de ouvir Chico dizer por mim
que te quero fraca, que te quero tola, que te quero toda.

Da vontade que eu tive de te ver entrar por qualquer porta
ou de largar a mala na esquina e voltar correndo casa adentro.
Da incerteza de te ver sorrir calma por me ouvir dizendo
que dentro de pouco tempo eu vou voltar, vou chegar.

E só nos resta esperar... sem nada além que a expectativa
que já é normal... faz algum tempo que te espero chegar.

"Espere por mim, morena, espere que eu chego já...
(...)
Tire um sono na rede, deixe a porta encostada..."


Que é pela porta encostada que eu vou entrar.

quarta-feira, junho 22, 2011

"O destino de um só"



Eu acho que não devia ler isso... não leia mais. Por favor.
Por Deus, vá embora. Feche essa página... e continue na minha vida.
Não estar por aqui é o jeito de continuar me (vi)vendo.

Há uma fragilidade qualquer, há espaço demais por aqui.
A Babilônia é como uma casa abandona e receptiva...
mas assombrada, muito assombrada por uma alma inquieta.
Há qualquer coisa de terrivelmente frágil nesse lugar.

Já que "todas as trilhas caminham pra gente se achar"...
não fique aqui mais um instante sequer, por mim, por você.
Aqui, a vela sempre se apaga... ou se deixa apagar.

Eu dou muita bandeira, eu derrubo muitos copos,
eu caio em muitas esquinas já sem qualquer poesia.
Eu não sou poeta, nunca pretendi ser nada além de sonhador,
mas aqui, e só aqui, é que eu quero ser sozinho.

Mesmo que muito além eu queira muito estar só, com você.
-
E o poema acabou na linha acima...
E há qualquer coisa de muito exagerado, da primeira à penúltima linha.
Só há exagero, nunca mentira. Já te disse, eu não minto.

"Há nisto alguma exageração, mas é preciso ser enfático vez ou outra
pra compensar este escrúpulo de exatidão que me atinge
."
-Dom Casmurro

'É de sonho e de pó.'



Na verdade, quando o coração cansa... não há mais nada a fazer.
O coração cansa de esperar, cansa de doer, cansa de estar cansado.
E é a verdade. Coração cansado, cabeça doente, as letras aos pedaços.

Mas já é dos mais calejados... e chorar é uma opção de exteriorizar.
Ainda que as letras saiam assim sem poesia e doloridas, elas saem.
E não vão deixar de sair, jamais. Me recuso a parar, não vou deixar.

A peteca não vai cair agora... "eu não vim até aqui pra desistir agora"...
Mesmo que o fardo esteja pesado demais, dá pra segurar a barra.
E hoje, mais do que nunca, é por mim que tudo vai continuar.
Porque pra qualquer outra pessoa, é pesado demais, e eu sei.

E eu não quero obrigar ninguém a levar nenhum peso meu,
pra não doer uma coisa qualquer, as costas, os braços, a alma...
E os olhos, pra enxugar, devem ser só dois e não quatro ou mais...
Porque os dois que eu enxugo, eu sei fazer parar de deixar cair água.

E o meu lugar... onde é? Na companhia dos sorrisos, nem são mais.
Nem são tantos os sorrisos nem é tanta companhia assim.
E o que vem se tornando companhia, não lhe pode querer demais...
porque eu sou pesada demais, e você não vai aguentar tantos estilhaços.
Porque com estrelas ou não, o caos de dentro, gera muitos estilhaços.

estilhaços que caem dos olhos... sem ninguém nem notar.

E já no final, notei que diz assim a música:
"(...) pode me quebrar. Mas eu não quebro não, porque sou macio."
É isso!

domingo, junho 19, 2011

Chove muita flor.



Duas poesias concretas, uma arte final.

Concreta. Toráx de Superman e coração de poeta.
Por entre as duas, sendo muitas, me perdi.
Estou perdida entre as duas almas, sem me perder.
Sei exatamente quem são, indissociáveis.

Talvez seja muita gente mais que só duas...
É a triste e a feliz. A com dor e a doação...
É a feita pro amor e a feita de amor.

É uma menina pequena brincando de rodar.
É uma mulher sincera e discreta, ainda por aparecer.
A senhora muito velha que adora sofá,
e a neta sapeca que come brigadeiro e toma chuva.

São dois tipos de estrela, dois tipos de cansaço,
dois brilhos nos olhos, duas cores, duas mãos...
São dois braços... pra um único abraço.

Confessando bem, é uma, e não é só...
É só... mas é de solidão. E não é bem simples.
É a arma, a armadura, a fechadura e o coração...
São muitas pra chegar, finalmente, na que é amor.

As vezes, elas todas, elas duas são amor.
Porque a que é amor, nunca deixa de estar.
Mas a que te quer felicidade é a que te espera chegar.

Das saudades todas que eu tenho...



E hoje a saudade me veio bater à janela.
Como em ciranda de roda, brincando,
recebi, deixei entrar e espalhar o colorido
do vestido rodado, bonito... encantado.

Trouxe aos olhos, um brilho da memória,
que tinha um coração pouco atento,
de um tempo que já não era sem tempo,
passava da hora de voltar a habitar.

De uma simplicidade verde-grama,
de um vestido simples de bolinhas azuis,
de um cabelo enroladinho, bem pretinho.

Dessa saudade que eu sentia o cheiro,
como nas tardes de chuva, cheiro de milho,
e cheiro de gente simples, feliz simples da vida.

quarta-feira, junho 15, 2011

Jardins Suspensos da Babilônia.




Bastou uma frase e eu sei que você me entende.
A primeira frase que veio, por trás da máscara, fazendo sinal da pessoa que eu queria ouvir, da voz que eu queria ver.
Eu sei que você sentiu os olhares à meia luz e as frases soltas, indiretas, incalculadas, lançadas vez ou outra com a pressa de te ver rindo. Quase tudo era pra isto, a verdade, te ver rindo frouxo, de lado, me olhando firme.
Talvez fosse mesmo um fetiche descobrir que voz se esconde debaixo das ironias hispânicas que você faz questão de dizer...
Seu fetiche contrário parecer ser me fazer entender com meias palavras que a reciprocidade existe como um perigo ou uma proibição qualquer... pra não me deixar desistir.
Consigo sorrir maliciosamente quando me lembro da voz baixa e suave que me pareceu bem mais quente quando você falou de um charme desapercebido e me olhou firme sem desviar os olhos, sem piscar uma vez.
E sei que você sorriu maliciosa por causa de um toque desleixado deixado no braço por instantes bastantes... e fomos capazes de sentir quente as respostas das indiretas jogadas no vento.
Só seguro o sorriso quando te olho profundo numa língua que você bem entende que 'te quero fraco'.

terça-feira, junho 14, 2011

Amor-Amida



Vento solar e estrelas do mar,
eu adoro morar contigo.


Adaptar o verso dos outros é uma forma de dizer 'eu te amo'.
Em mil outras palavras dizer que "eu te mereço,
que eu me pareço com o seu estilo"
...

Amiga. Obrigada pelas horas de companhia.
Sem palavras ou com milhares de sorrisos, com você,
eu sei que estou sempre muito bem acompanhada.

Da mão que estende e da mão que segura.
Das milhares de risadas e dos sorrisos amarelos.
Não tem vergonha nem chuva com você por perto...
você é o bom humor e alma clara, todo o tempo.

Segura a minha mão, quando você quiser.
Por que, pra você, a mão está sempre estendida.
Como os abraços todos... e as risadas.
A melhor companhia que eu podia querer no melhor dos dias.

Amiga. =}
E essa nossa liberdade toda, não se explica...
E a ligação, é de outras vidas.

domingo, junho 05, 2011

Pra abraçar.



Porque já que não dá pra estar perto,
e eu não tenho presente pra te dar...
Te dou um pouco do meu tempo como um "vale".
Você pode usa-lo quando quiser,
pro que quiser... Pra te abraçar.

"Na alegria e na tristeza,
na saúde e na doença."

Leia-se nas festas e nas ressacas,
nas brisas e nas bad's !

Porque amigo é pra essas coisas.
E, por você, pra você, estou sempre aqui.

Pensei em escrever um poema bem bonito,
todo redondinho, talvez até rimado...
Mas você não é assim. Você é engraçadinha *-*
E confortável.

Queria só te fazer abraçar, porque distância
é só uma questão de ponto de vista.
Porque eu me sinto próxima a você,
como todo bom amigo deve estar...
ao alcance do abraço. <3

Te amo MINA!