domingo, maio 24, 2009

Nenhum desejo neste domingo
nenhum problema nesta vida
o mundo parou de repente
os homens ficaram calados
domingo sem fim nem começo.


A mão que escreve este poema
não sabe o que está escrevendo
mas é possível que se soubesse
nem ligasse.

Carlos Drummond de Andrade,
poema que aconteceu.

sábado, maio 23, 2009

sinônimo de.


Se ela acordasse como num dia igual,
não seria normal pensar em pular do décimo andar.
Não pensava nisso sempre, só quando lhe doía o
frio da noite e o barulhento encontro de amigas.
Amigas. Talvez fossem mais que isso.
Podiam ser grandes portos seguros.
Elas lhe davam as mãos.
Os braços, a casa, também...
e o que quer que fosse.
Só pra te ganhar num sorriso. 'Give me only one.'
Pediu um morena, sentada no canto ao seu lado.
Seu sorriso sincero parecia lhe contagiar.
Teria ganhado um riso se não fosse um grito.
Preocupou-se em ver na amiga dores.
Talvez elas não existissem.
O frio da noite não estava só no seu corpo.
A alma estava fria e solitária cercada por todas
as bobeiras e os risos putos e descarados.
Ah, elas eram tão... bobas!
Mas isso ainda a confortava.
De qualquer forma, foi dormir no sábado sem
se jogar do décimo. Almoçou com a mãe no domingo.
Mandou um beijo da amiga.
E conseguiu sair pra ver o sol. Era sinônimo.

quinta-feira, maio 21, 2009

Bukowski

"você pode não acreditar nisto
mas há as pessoas
que passam pela vida com
muito pouca
fricção de angústia.

eles se vestem bem, dormem bem.
eles estão contentes com
a família deles.
com a vida.

eles são imperturbáveis
e freqüentemente se sentem
muito bem.
e quando eles morrem
é uma morte fácil, normalmente durante o
sono.

você pode não acreditar nisto
mas tais pessoas existem.
mas eu não sou nenhum deles.

oh não, eu não sou nenhum deles,
eu não estou nem mesmo próximo
para ser um deles.

mas eles
estão lá ...

e eu estou aqui."


Mas eu também não morro todos os dias.
Não me martirizo e nem sofro tanto...
Muito da nossa dor é opção.
Inconsciente opção de sentir mais do que realmente dói.

Ste, obrigada.

santa chuva...

'Vai chover de novo...

Deu na TV que o povo já se cansou
de tanto o céu desabar...'

esperanças.


Não se usam definições prontas para metamorfoses...
Do leve ar ao fogo intenso, vou em um segundo.
A metamorfose ambulante desacreditada por alguns,
por quem não acredita em sonhos, em utopias, em batalhas...

Porque eu acredito. Acredito no que eu posso fazer.
Acredito nos meus sonhos, e nos meus amores.
Acredito na música, nas crianças, no meu Brasil.
Acredito não só por acreditar... acredito por fazer por onde.

Tenho fé nas pessoas. Tenho fé na bondade humana.
Tenho fé nos livros... eles podem mudar o seu ver.
E mudo. Mudo o mundo, mudo a visão, mudo tudo.

Disse Mariana Aydar: 'Já, não adianta ficar reclamando
sentado no portão. Vem que essa é a hora de mudar.
Não deixa a hipocrisia dominar.' Sabe, ela tem razão.

quarta-feira, maio 20, 2009

da fechadura


Ainda sou o menino, o anjo pornográfico do Nelson Rodrigues...
e me pego vendo pelo buraco da fechadura o mundo lá fora.
É grande, bem grande. Vejo gente passando a todo instante.

E de vez em quando pára alguém. Olha de volta pela fechadura,
e se vai... e tem quem não leve nada quando vai embora.
Mas tem gente que abre a porta... pega um narciso meu e se vai.

Eu gosto. Levam uma coisa minha, cativei-os... e cuidaria deles.
E por mais que a flor seja jogada fora... o perfume fica nas mãos.
Guardam o que não pode ser esquecido... sem saber, é meu.

E há quem entre porta a dentro. Instala-se e senta comigo.
E olha junto comigo o mundo... e segura as flores no colo.
Desses gosto ainda mais. Percebem que eu não sou só um menino.
(ou seriam eles meninos também?)

E, pra não deixar ninguém de fora, tem quem me pegue pelas mãos...
me convide a ver o mundo sem o banquinho em que me sento.
Eu não levo as flores comigo. A pessoa me leva. Me cativou e cuida de mim.

Paraísos perfeitos. Naturalmente não sento no banquinho depois disso.
Conheci o grandioso mundo colorido, mas volto pros narcisos.
Tem sentimentos... e quem sentou comigo. Estará sempre ali,

comigo no banco. Mas toda vez que eu vou ver o mundo, os levo...
Pra saberem de onde eu colhi minhas flores amarelas e brancas...
Não sofro por ninguém. As vezes, gosto do banquinho solitário.

Mas é só quando o mundo chove e fica cinza. Só assim.

"Faltou luz...

Mas era dia.
O sol invadiu a sala e fez da tv um espelho
refletindo o que a gente esquecia.

Faltou luz, mas era dia..."

Falta só um grave cravo branco pra fechar a hora.
O narciso amarelo está na janela que eu não abri.

Mas que eu vou te levar pra ganhar um sorriso...
Daqueles que eu sei que só eu ganho pelo que é nosso,
em comum noites a fio sem tecnologia... e um mundo.

Mundo seu, que me mostra e me convida a ver...
Muito bonito, moço. Gosto da visão paulistana...
E quero te mostrar o coqueiro do interior verdinho...

E não vá embora. Leve meus sinceros olhos,
e sabia, que eu guardo você. zelo comigo um amigo.

Fofo.

segunda-feira, maio 18, 2009

Vivo por ela.



'Esta moça que tem vida, a sonhar com coisas lindas...
E se estou as vezes triste, a morte não existe...
Porque ela está aqui.

Vivo por ela que me dá todo o amor que é necessário.
Forte e grande como o mar. Frágil e menor que um aquário.
Vivo por ela que me dá todo o valor e realidade.'

Minha boa música, mãe.


Sem conseguir falar pra ela tudo,
eu sei que a música vai dizer...
Parabéns, mãe. A melhor do mundo.
'Ela é tudo e mais além, como o mais doce dos perfumes.
Ela vai onde quer que eu vá... Não deixa a solidão chegar.
Mais que por mim, por ela eu vivo, também.'


'[...]vivo por ela que me dá
toda a minha força de verdade,
vivo por ela e não me pesa.

[...]ela é tudo e mais além
como o mais doce dos perfumes;
ela ao meu lado sempre está
para apagar a minha solidão
mais que por mim, por ela eu vivo, também.

[...]vivo por ela que me dá
todo o afeto que lhe sai,
as vezes, marca de verdade,
mas é um punho que não dói.

vivo por ela que me dá
força, valor e realidade
para me sentir um pouco vivo.
como dói quando falta
[...] como brilha forte e alto.

vivo por ela na própria pele.

se ela canta em minha garganta
minhas penas mais negras espanta...

vivo por ela e ninguém mais
pode viver dentro de mim
ela me dá a vida, a vida.

se está junto a mim
[...] cada dia uma conquista
a protagonista é ela, também.

vivo por ela porque vai
sempre me dando uma saída,
porque a música é assim
fiel e sincera para a vida.

vivo por ela que me dá
noites de amor e liberdade;
se houvesse outra vida, vivo
por ela também [...]'

Queima canaviais, quase que eu fiz um soneto...


Sou aquela que é toda musical...
Tradicionalmente samba e bossa nova,
sou quem pede pra você dançar comigo.

Quem entristece na dor do outro,
quem é compulsiva por leituras e poemas...
A incrustrada de muita poesia, muita poesia.

Quem repete umas boas verdades
e quer lutar por um país melhor pros nossos.
Não segue a risca todas as regras tabeladas,
falta a aula pelo prazer de não fazer nada.

Dorme muito, descansa pouco. Pensa demais.
Demasiadamente louca e apaixonada.
Amante de tudo o que é bonito. A lua, o Sol.
E flores... Ah, as flores, do meu jardim. Babilônia.

Um anjo pornográfico de Nelson.
Um gauche de Carlos... Inteiro, intenso, eterno.
Vou entregar meu coração à tempestade.
Santa. A fera, do Chico... Bárbara!

terça-feira, maio 12, 2009

'eu que não sei quase nada do mar?



'Me agarra na cintura,
me segura
e jura que não vai soltar.
[...]
Já não tenho medo de saber
quem somos na escuridão.

Me agarrei em seus cabelos,
sua boca quente
pra não me afogar...
Tua língua, correnteza,
lambe minhas pernas,
como faz o mar.'

sexta-feira, maio 08, 2009

tu amor.


"O teu desejo é o meu melhor prazer
e o meu destino é querer sempre mais,
a minha estrada corre pro seu mar

Agora vem pra perto vem
vem depressa vem sem fim, dentro de mim
que eu quero sentir
o teu corpo pesando sobre o meu,
vem meu amor vem pra mim,
me abraça devagar,
me beija e me faz esquecer..."

terça-feira, maio 05, 2009

É pouco pra mostrar, mas é o que há ...


Não por desabafos e sem meias palavras.
Esta não é mais uma declaração de amor...
É como se eu quisesse mostrar pra você,
em versos brancos, o amor (ah, se eu conseguisse).

Se eu quero te mostrar poesia de verdade,
olha pra lua... saiba que eu te dei, pra sempre.
Pra sempre sua, tanto ela, prateada no céu,
quanto eu, imperfeita, mas loucamente apaixonada.

Eu gosto de tudo o que há em você,
até nos seus defeitos eu vejo um charme...
Até nos dias que eu morro por sua causa,
como é bom saber do seu futebol e das suas músicas.

Já não sou mais por mim e só, é por nós que eu vivo...
Minha primeira pessoa está dentro do nosso plural
que eu fiz e faço com você, meu príncipe.
'E o meu medo maior é o espelho se quebrar...'

"Nem mesmo o céu nem as estrelas;
Nem mesmo o mar e o infinito
Não é maior que o meu amor
Nem mais bonito.
(...)
Nunca se esqueça, nem um segundo,
que eu tenho o amor maior do mundo."

domingo, maio 03, 2009

'só no seu olhar sincero ...'


'alguns
bons
poemas.

não é
para
todos

nem
escrevê-
los

ou mesmo
lê-
los.'

Bukowski

'Quero dizer,
pra sempre,
que eu te mereço...'

instantes que não param.

'é como queimar o pavio da vela,
minha vela ainda tá acessa. quero que ela queime toda ou então que eu possa trocar. não aguento mais essa chama se alternando ora forte, ora quase se acabando.'

'Meu coração vai se entregar à tempestade...
(...)
Quem foi que te ensinou a rezar?
Que santo vai brigar por você?'

sábado, maio 02, 2009

tudo que é seu .



'De viver em paz, desejo.
Só um pouco mais, seu beijo.
Você viajar, depois.
Se você ficar, nós dois. ...'


"Quando me debrucei nos teus braços e descansei...
Como lembrar de você e não sorrir?
Como falar de você e não cantar?"
-Banda Eva