sábado, junho 14, 2008

Minha tristeza


"Amo-te como o vinho e como o sono,
Tu és meu copo e amoroso leito...
Mas teu néctar de amor jamais se esgota,
Travesseiro não há como teu peito."
-Álvares de Azevedo


Porque caem, infinitamente, essas lágrimas,
que brotam dos olhos sem que as perceba.
É porque anda triste, anda triste demais.
E a doença vem de não encontrar teus olhos.

Uma jovem poeta que tem toda a inspiração
da terra tropical e de coqueiros e passarinhos,
da janela aberta e a visão de pôr-do-sol.

E diga-se, de passagem, que tem tudo,
a maravilhosa mímesis e os grandes antecessores,
das quais seria bom que roubasse versos...

E mesmo assim anda a escrever sobre tristeza,
e cousas de outros gêneros que não o bom, belo,
perfeito e equilibrado, ao qual é remetida toda manhã.
Escreve, assim, como no 'conto dos esponsais'.


'Com seu ar circunspecto, olhos no chão,
riso triste e passo demorado. (...)
Tudo isso indiferente e calado.'

-Machado de Assis

<3

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