Detesto gente que é demais.
Demasiadamente bons,
demasiadamente bonitos,
demasiadamente inteligentes.
Detesto os demasiadamente verdadeiros,
os demasiadamente eruditos,
os demasiadamente modestos ou convencidos.
Detesto-os por que não se apresentam.
Desfilam em grande estilo seus sorrisos.
Não são humanos. São bonecos.
Desesperadamente irreais em suas bolhas.
Gosto dos que são imperfeitos nos bares.
Dos bêbados economistas equilibristas.
É o popular que me encanta. São tocáveis!
Os demasiadamente poéticos e músicos
são incríveis lá longe. São irritantes de perto.
Gosto de gente que tem defeito e fala deles.
Das que cagam! Não das que vão ao banheiro.
Todo mundo já passou mal um dia. Ainda bem.
Todo mundo já teve diarréia ou faltou dinheiro.
Faltou paciência, saco, brilhantismo, elegância.
Ninguém é tão bailarina. Por isso eles me irritam.
Por que não erram os pronomes e participam.
Detesto paralelismo demasiadamente exato.
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