quarta-feira, dezembro 08, 2010

"Apagaram tudo, pintaram tudo de cinza."


Do ódio ao amor, um passo.
Dois passos pra frente, um beijo.
E nada pode ser mais bonito.

Do amor ao ódio, um passo.
Dois passos pra trás, um adeus.
E nada pode ser mais intenso.

Da indiferença, não há nada.
Nada cresce, nada brota,
nada floresce. É o nada.

É o meio termo que não enlouquece.
É o morno que não arrebata.
É já ter saído, mas não chegar.
É o nadar e morrer, na praia.

Tijolo por tijolo num desenho sólido.


Essa noite eu custei a acreditar nesse passado.
Eu chorei um pouquinho, eu chorei baixinho.
Não queria acordar meu sorriso nem meu urso,
queria poder sentir saudade de você.

Essa noite eu custei a acreditar que não está.
Eu chorei meio passada, eu chorei desacreditada.
Não queria poder sentir falta de algum abraço,
queria poder sentir desejo de não rir alto.

Mas não dá pra não rir do que você me deu.
Não dá pra sentir saudade do que não existiu.
Mas dá pra entender a dimensão do sofrimento.

"Rir de tudo é desespero". É uma loucura qualquer.
Mas o que há de mais bonito veio de você
que não era nada de tão infinito assim ...

Mesmo assim, avô, obrigada. Pelo pai que eu tenho
e pela família linda. E por esse nariz enorme.
E peço desculpas por não te amar.

Amor é construção.

sexta-feira, dezembro 03, 2010

do outro lado da montanha ...


"Quando sua voz falou:
-Pra onde você quiser, eu vou.
Largo tudo se a gente se casar domingo...
(...)
Quem vai rir? Quem vai chorar?
Ave-Maria, sei que há uma história pra contar.
Domingo, na praia, no sol, no mar..."

É o correr na chuva que me encanta...
é o deitar na grama em dia de sol,
e olhar o céu, infinito e imóvel.

É o sorriso tão sincero e tão vívido,
é a pequena palavra certinha,
é a última nota da frase...

É o tom de música dos sonhos
que me inquieta a alma toda
e faz aparecerem borboletas nos meus olhos.

"Voltei pra casa e disse adeus pra tudo que eu conquistei.
Mil coisas eu deixei só pra te falar: -Largo tudo.
(...)
O que era sonho se tornou realidade, de pouco
em pouco a gente foi erguendo nosso próprio trem..."